
nascem inseguras as fontes
quebra-se a auréola nas rochas.
crescem no tecer dum tempo
sobre um lençol fecundo,
do cheiro da terra mãe.
fontes de vida, de sinal sentido
aroma que tinge obstáculos
dissolvidos na luz,
espanto e beleza juntos
no intimo dum útero casto.
tranquilas rebentam
como gargalhadas cristalinas,
no polígono uniforme.
insustentável é um quase nada
dentro do mistério da natureza.
alimentam com suas gotas suaves
o pedaço sabor da esperança.
sem pedir, nos rochedos da sedução,
beijam lábios recônditos
sem medo do brilho que dura
fonte de fontes que nascem de versos
saciam a sede no ventre afluente!
l.maltez